A organização não governamental de ambiente Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, nossos parceiros no projeto LIFE Aegypius return, descobriu um quarto ninho de abutre-preto (Aegypius monachus) no Douro Internacional, onde está localizada a menor e mais frágil colónia desta espécie em Portugal. Este é o maior dos abutres europeus e está em risco de extinção no território nacional.
A descoberta foi realizada no âmbito da monitorização da época de reprodução de 2024 desta espécie. Desde o início de fevereiro que técnicos monitorizam os casais de abutre-preto já conhecidos a nidificar no Douro Internacional tendo confirmado, nesta época de reprodução, atividade nos três ninhos existentes da espécie na região e descoberto agora mais um.
Esta é uma importante descoberta, tendo em conta tratar-se da colónia mais reduzida de abutre-preto no território nacional, espécie que voltou a nidificar no Douro Internacional apenas em 2012, altura em que foi registado o primeiro casal nidificante. Numa primeira fase, os técnicos da Palombar verificaram que, no novo ninho, se encontrava um abutre-preto adulto. Posteriormente, foi observado um casal em fase de finalização da construção do ninho e em processo de acasalamento.
"Uma vez que se trata de um casal jovem (um dos indivíduos é ainda subadulto) poderá não haver sucesso reprodutor já este ano, mas, nas próximas semanas, já será possível confirmar se houve postura e incubação do único ovo que a espécie põe por época de reprodução", explicou Iván Gutiérrez, biólogo da Palombar. “Contudo, haja ou não confirmação do sucesso reprodutor este ano, o facto de haver um novo casal a nidificar no Douro Internacional já é uma excelente notícia”, acrescentou.
Os outros três casais de abutre-preto confirmados a nidificar no Douro Internacional já se encontram na fase de incubação dos respetivos ovos.
O projeto LIFE Aegypius return arrancou em setembro de 2022 e tem como objetivos principais aumentar a população de abutre-preto e melhorar o seu estado de conservação em Portugal. Pretende, num prazo de seis anos (2022-2027), duplicar a sua população reprodutora em Portugal para que passe dos atuais 40 casais reprodutores, para 80, bem como aumentar as colónias de quatro para cinco.
Este projeto é desenvolvido por um consórcio que integra as seguintes entidades: Vulture Conservation Foundation - organização coordenadora do projeto -, Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, Herdade da Contenda, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Liga para a Proteção da Natureza, Associação Transumância e Natureza, Fundación Naturaleza y Hombre, Guarda Nacional Republicana e Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade. Tem financiamento de 75% do Programa LIFE da União Europeia e cofinanciamento da Viridia – Conservation in Action e da MAVA – Foundation pour la Nature.
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